sexta-feira, 26 de agosto de 2005

auto-espectador

Acordem...

Olhem ao redor de suas mentes...
Vejam as marcas púrpuras que delas saem.
Atravesse a rua da ilusão acompanhado de leões,
eles sim sabem o que fazer exatamente.

Entre em seus próprios delírios,
deixe um pouco de lado sua sanidade,
cheque até onde pode chegar,
traga desse local de liberdade tudo o que puder,
tudo que parecer interessante e enriquecedor.

Não é necessário nada além de você mesmo,
nada que fuja de seus domínios.
Um lugar cheio de realces, sons, imagens...
tudo ao mesmo tempo, sendo lançado rapidamente.

Atravesse todo o campo,
tudo que for lindo e aterrorizante,
inclusive seus limites...

Conheça à você mesmo,
olhe-se,
admire-se,
não chegue a cultuar-se demasiadamente...

Apenas sente-se
e veja o que você está fazendo...

Através da janela estilhaçada de seu olhos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Paixão Coletiva

25 graus ao sol, meio vazio, mas aos poucos elas aparecem:
Dezenas de milhares de pessoas reunidas por um único motivo: paixão.
A maioria apenas assiste, outras dão força, outras trabalham, outras
infernizam,
outras atuam, outras impõem a ordem, outras coordenam, outras reprimem,
outras vendem,
outras choram de raiva, de alegria, de tristeza.
Todas estão lá movidas pela paixão coletiva...
E isto não é restrito à gênero, idade, credo, raça, classe social,
tá tudo misturado na hora, cada um focado em algum detalhe disso tudo...
Daí se passam quase duas horas e acaba essa imensa festa.
Uns ainda insistem na alegria ou na tristeza,
outros retomam o rumo rotineiro da vida, outros fogem...
Estive lá no meio, e fiz renascer esta sensação em um próximo...
Passaram-se algumas horas e me esqueci completamente disso, voltei à
realidade.
Nossa um flashback!
Gravei ele aqui para que eu me lembre de cada pequeno detalhe e volte a ter
mais.

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

Mundo Macio

Achamos... achamos um mundo onde tudo era macio... Eu juro, juro que me jogava no asfalto e conseguia mergulhar por baixo dele, como se fosse um mar negro. Eu andava e meus pés afundavam no asfalto.. como se fosse uma lama.. Deitava na grama e afundava também, não podíamos nos machucar.. porque tudo era macio.

Noso mundo ía se torando arrogante de novo, a gente sentia que a maciez se mantinha apenas ao alcance de nossos olhos, e quando nem ver a gente podia.. tínhamos paciência, fazíamos outro dos nossos mundos macios e lá íamos viajar nele...

Conseguimos achar o que existia de mais hilário e feliz em uma cena já decorada.. a gente tinha esse dom de redescobrir o local.. e continuamos...

Rindo.. e rindo.. e rindo.. e........

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Névoa Púrpura

A névoa púrpura está no meu cérebro
ultimamente as coisas não parecem mais as mesmas
estão divertidas mas eu não sei porque
me dê licença enquanto eu beijo o céu

A névoa púrpura está em volta de tudo
não sei se estou chegando ou voltando
se estou feliz ou na miséria
seja o que for aquela garota colocou um feitiço em mim

Me ajude... Me ajude... Oh! Eu não sei...

A névoa púrpura estava toda em meus olhos
não sei se é dia ou noite
você tem destruído minha mente, destruído minha mente
é o amanhã ou apenas o fim do tempo

quem sabe?
me ajude!
yeah!
venha agora!
me conte!
me conte!

* Tradução - Purple Haze - Jimi Hendrix

terça-feira, 2 de agosto de 2005

Ilusão de vôo

As ilusões me seduzem, me levam à um mundo onde as estradas são de granito,
decoradas com flores na lateral, novamente começo a decolar, com muita
cautela no inicio meu vôo da imaginação, do parece que talvez seja que...

*"Não há sensação para se comparar à isto, animação suspensa, um estado de glória.
Não consigo tirar meus olhos dos céus circundantes,
a língua amarrada e trançada apenas um físico que não combina, eu".

A brisa sopra em meus ouvidos até que se forma uma tempestade e me derruba
na estrada que desta vez já não é de granito, é o asfalto frio e úmido da
manhã de inverno, mostrando os traços da realidade, novamente saí da ilusão
e começo a caminhar,
percebo a ausência das minhas asas, olho para o chão e vejo minhas pernas
doloridas que tenho receio de forçá-las deixando-as lesadas como da outra
vez. Já que não posso voar quero correr, pelo menos 10km, não importa em que
direção.
Desta vez me preparo bastante, tomo o fôlego e começo devagar, com ritmo,
quando me dou conta estou disparado.
Desta vez consegui, cruzei a linha da vitória, pequena, quase
insignificante, mas não para mim.
Ontem percorri mais um pedaço do mundo, com os pés mais firmes, suados,
cheios de calos, mais longe do que quis e mais perto do que eu quero...

* verso que peguei emprestado do Pink Floyd - Learning to Fly